quarta-feira, 28 de março de 2012

Primeiros socorros

Veja as dicas de um médico motociclista sobre o que fazer e não fazer em acidentes motociclísticos

Texto: Equipe Trips & Tips e Nenad Djordjevic
Fotos: Arquivo Trips & Tips

Convidamos para essa edição um médico motociclista, para nos orientar profissionalmente em como agir de maneira apropriada quando nos deparamos com um acidente motociclístico. Nessa instância será abordada a forma de procedimento caso não esteja envolvido, mas em condições de oferecer algum tipo de ajuda.

Nosso convidado, Dr. Renato Chanquini, é ortopedista renomado, além de viajante convicto, tendo percorrido grandes distâncias em viagens nacionais e internacionais com diferentes motos. Vejam o que nos diz:

Quem anda de moto sabe que o risco de se machucar em um acidente é significativamente maior com esse veículo, independente de envolver, ou não, outro tipo. Dependendo do local onde ocorra, a gravidade das lesões pode ser maior ou menor, variando desde apenas ralados em tombos ou colisões a baixa velocidade, à fraturas, amputações e até mesmo morte nos casos graves.

Mantenha a calma
Em primeiro lugar, devemos tentar manter a calma. Essa deve ser sua primeira atitude, lembrando que cada pessoa reage de maneira diferente e que é muito difícil manter se calmo diante destas situações. O susto, as perdas materiais, a raiva pelo ocorrido, vítimas em pânico, etc. – tudo colabora para que surjam reações intempestivas, mal pensadas, que normalmente só irão agravar uma situação que já não está nada bem.
Antes de agir, recobre a lucidez e reorganize os pensamentos. Pare, pense, respire fundo algumas vezes e tente avaliar a gravidade geral do acidente.
Se alguém já estiver ajudando, veja se entre as pessoas pode identificar um médico, bombeiro, policial, ou qualquer profissional que esteja acostumado a lidar com situações deste tipo. Se não houver alguém mais capacitado, talvez caiba a você assumir o controle da situação. Mesmo que não esteja preparado para tal, com calma é possível assumir uma postura ativa, controlando a situação, dentro do que julgar ser capaz de realizar. Nunca tome decisões para as quais não se julga capacitado. Em contra-partida, se o fizer, mostre firmeza em suas ações.
Organize o local de maneira a isolar o acidente para que não seja agregado maior perigo do que o já existente. Se houver outras pessoas no local, peça sua ajuda passando tarefas simples, evitando ficar discutindo o mérito ou culpa do acidente.

Garanta a sinalização no local
Enquanto uma pessoa liga para o serviço de emergência , outra deve sinalizar o local apropriadamente, para minimizar a possibilidade de outros acidentes em função da diminuição da velocidade de fluxo. Manter o trânsito fluindo também permitirá que os veículos de socorro possam chegar rapidamente ao local. Quanto mais cedo chegar socorro profissional às vítimas do acidente, melhor , portanto solicite um o mais rápido possível. É prudente manter em fácil acesso numeros de telefone como o de bombeiros, SAMU e polícia rodoviária.
Seja conciso na chamada ao socorro oferecendo a maior gama possível de informações pertinentes – gravidade aparente do acidente, envolvendo que tipo de veículos, número de vítimas, tipo de ferimentos aparentes, se tem vazamento de liquidos, incêndio, etc. O atendente terá assim melhores condições para enviar a equipe apropriada para o local, otimizando os recursos.
A sinalização deve levar em conta a velocidade permitida no local, fazendo com que seja mais distante quanto maior ela for. Se a velocidade for de 40 km/h, por exemplo, a sinalização deve acontecer no mínimo a 40 passos largos do acidente – se for de 100 km/h, 100 passos, e assim por diante. Em caso de alguma forma de obstrução visual, como uma curva cega por exemplo, interrompa a contagem e retome após o obstáculo, permitindo que aquele que se aproxima seja informado a tempo das condições à sua frente.

O que é possível fazer para auxiliar as vítimas?
Se você não é um profissional de resgate, deve-se limitar a fazer o mínimo necessário com a vítima até a chegada do socorro. Infelizmente, vão existir algumas situações onde o socorro, mesmo chegando rapidamente com equipamentos e profissionais treinados, pouco poderá fazer pelo acidentado.  Mesmo nestas situações difíceis, não se espera que você faça algo para o qual não esteja preparado ou treinado – mas existem outras formas de ajuda que contribuirão para que a situação não se agrave.
Após garantir a segurança do local do acidente, inicie o contato com a vítima ou vítimas. Informe à ela o que você está fazendo para ajudá- la – ouça e aceite suas queixas e a sua expressão de ansiedade, respondendo às perguntas com calma e de forma apaziguadora. Não minta e não dê informações que causem impacto ou estimulem a discussão sobre a culpa no acidente. Seja solidário e permaneça junto à pessoa em um local onde ela possa lhe ver, sem que isso coloque em risco a sua própria segurança. Alguns acidentados podem tornar-se agressivos, não permitindo acesso ou auxílio. Tente a ajuda de familiares ou conhecidos dela, se houver algum, mas se a situação lhe colocar de alguma forma em risco, afaste-se.

Impedindo movimentos da cabeça
É procedimento importante e fácil de ser aplicado, mesmo em vítimas de atropelamento. Segure a cabeça da vítima pressionando a região das orelhas, impedindo a movimentação da cabeça. Se a pessoa estiver de bruços ou de lado, procure alguém treinado para avaliar se ela necessita ser virada e de como fazê-lo, antes do socorro chegar. Em geral ela só deverá ser virada se não estiver respirando. Se estiver de bruços e respirando, sustente a cabeça nesta posição e aguarde o socorro chegar.

Vítima inconsciente
Ao tentar manter contato, faça perguntas simples e diretas como:
– Você está bem? Qual é seu nome? O que aconteceu? Você sabe onde está?
O objetivo dessas perguntas é apenas identificar a consciência da vítima. Ela poderá responder bem e naturalmente suas perguntas – o que é um bom sinal – mas poderá estar confusa ou mesmo nada responder. Se ela não apresentar nenhuma resposta demonstrando estar inconsciente ou desmaiada, mesmo depois de você chamá-la em voz alta, ligue novamente para o serviço de socorro, complemente as informações e siga as orientações que receber. Além disso, indague entre as pessoas que estão no local, se existe alguém treinado e preparado para atuar nesta situação. Em um acidente, a movimentação de vítima inconsciente e mesmo a identificação de uma parada respiratória ou cardíaca, exige treinamento prático específico.

Controlando uma hemorragia externa
São diversas as técnicas para conter uma hemorragia externa. Algumas são simples e outras complexas devendo ser aplicadas por profissionais. A mais simples, que qualquer pessoa pode realizar, é a compressão do ferimento, diretamente sobre ele, com uma gaze ou pano limpo. Você poderá necessitar de luvas para sua proteção, para não se contaminar. Naturalmente você deverá cuidar só das lesões facilmente visíveis que continuam sangrando e daquelas que podem ser cuidadas sem a movimentação da vítima.
Só faça isso se você se sentir seguro. Jamais tente aplicar torniquete !

O que não se deve fazer
Não movimente – não faça torniquetes – não tire o capacete de um motociclista. Não dê nada para beber.
Mesmo na tentativa de ajudar, com a melhor das intenções, movimentar a vítima pode agravar uma fratura no braço, na perna ou na coluna – ainda pode causar paralisia e até morte, pois há risco de lesão na medula, que é o canal de comunicação do nosso cérebro com o resto do corpo, controlando inclusive a respiração.
A mobilidade de membros fraturados pode causar a lesão de artérias, nervos e outras estruturas pois o osso fraturado é muito cortante. Nunca se deve tentar retirar o capacete de um motociclista, se você não tem treinamento para isso, pois as eventuais lesões na coluna podem ser extremamente graves – sem contar as lesões no crânio, principalmente se a pessoa estiver inconsciente. Aguarde o socorro especializado!
Não se deve dar nada para nenhuma vítima de acidente, pois além do risco de se aspirar o vomito, se ocorrer, estamos prejudicando ações com procedimentos cirúrgicos, onde para anestesia, exige- se jejum, inclusive de água.

Tenha em mente que mesmo uma pessoa treinada em primeiros socorros, deve aguardar o profissional que atenderá o acidentado. Como viu aqui, ainda assim  é possível executar ações para minimizar as consequências desse acidente. Mesmo que ali esteja seu melhor amigo ou um familiar, mantenha a calma e não faça nada de ímpeto, pois muitas vezes, você poderá ser o agente agravante de uma lesão que, talvez, não fosse assim tão grave como parecia.
Respeite seus limites como piloto – não dirija sob efeito de drogas, álcool, ou qualquer substância que possa diminuir sua capacidade reacional. Preserve sua vida e a dos outros.


Condições adversas em longas viagens

Fique atento aos diferentes aspectos que podem se apresentar ao longo de uma longa viagem de moto

Considere que uma viagem longa de moto pode significar tanto uma viagem de alguns dias como outra de vários meses. É uma questão de percepção, mas independente da duração, essas viagens acabam tendo vários fatores em comum, que podem ser analisados a partir da experiência vivida por motociclistas em diversas delas.
Em longas viagens motociclísicas, inúmeros fatores podem se apresentar diminuindo sua segurança, tornando-o mais vulnerável. É crucial que um bom piloto esteja atento a detalhes, sempre observando tudo que lhe cerca, analisando coerentemente as situações e antevendo possíveis complicações. Veja a seguir algumas comumente relatadas por viajantes em todo o mundo.

Condições adversas nas vias
É bastante provável que não conheça boa parte, ou mesmo todo o itinerário, de sua viagem. Isso faz com que tenha de proceder a análise do pavimento, das condições de tráfego e tudo mais, no momento em que estiver enfrentando as situações. Isso demanda um estado de alerta total, para que seu desempenho esteja à altura das necessidades.
O planejamento estratégico se torna uma ferramenta indispensável – levantar todos os dados por onde passará é uma medida extremamente salutar, porque permite que saiba de ante-mão o que poderá estar lhe esperando em determinado lugar. Note que se trata de previsões, uma vez que é impossível antever todo tipo de ações que possam modificar o plano inicial. Ainda assim, o planejamento lhe ajuda a compor uma idéia de como deverá proceder.
Estradas longas e de bom pavimento tendem a se tornar monótonas, induzindo ao cansaço e sono. Combata isso focando sua atenção nos detalhes de construção da estrada, a aderência do pavimento, sinalização, comportamento de outros usuários e etc. Faça paradas regulares para se alongar, movimentar e se hidratar. O corpo perde muito liquido que deve ser reposto periodicamente. Esteja preparado para bruscas mudanças no estado da estrada – em muitos lugares, como próximo a divisas estaduais, existe categorica mudança na qualidade do pavimento. Não se deixe iludir com o aparente bom estado em um trecho, pois ele pode mudar sem qualquer aviso.
Caso a estrada enfrentada não esteja em boas condições, evite que sua atenção esteja muito próxima de onde está passando – ver um buraco à uma distância de 5 metros não é o mesmo que tê-lo visto à 20 metros. Quanto mais longe estiver olhando, mais tempo terá para decidir como lidar com o obstáculo que encontrar.
Adote um ritmo que lhe permita conforto, mas principalmente, que lhe dê segurança nas suas ações. Ele deve ser compatível com suas habilidades. A experimentação fora da sua zona de conforto deve ser deixada para quando estiver em lugar que permita alguma extrapolação – enquanto em uma viagem, pode significar o abandono de um sonho longamente desejado. O segredo é fazer só o que se sabe, sem se expor a qualquer tipo de risco propositadamente – já bastam os riscos inerentes à própria viagem.
Preste bastante atenção a movimentação de outros veículos – maior incidência de veículos pesados, como ônibus e caminhões, quase sempre acarreta piso mais ondulado e liquidos derramados. Já lugares onde predominam veículos leves, deve se ter muita atenção às médias horárias e previsão de abusos que eventualmente possam ocorrer com as velocidades exercidas por alguns.

Condições adversas de luz
O nascer e pôr do Sol são sempre espetáculos fascinantes, mas que aumentam muito as dificuldades de quem está na estrada. Devido ao ângulo formado com a linha de visão, podem trazer ofuscamento da visão em diversas ocasiões. Se não for de suma importância, opte em descansar um pouco, até que a visibilidade não esteja tão afetada. Caso contrário, se é necessário por qualquer razão pilotar nessas condições, mantenha velocidades compatíveis com sua capacidade reacional e aumente ainda mais sua atenção. Boa parte dos acidentes em estrada ocorre exatamente nesses horários onde a visibilidade é prejudicada pela iluminação. Tenha também em mente que no momento que tiver o Sol atrás de si, não representará ofuscamento para você, mas certamente ofuscará a visão de quem vem em sentido contrário – portanto, a atenção maior deve ser com o comportamento que esses veículos terão em relação a você. Para se precaver, adote posicionamento que permita ser visto pelas outras pessoas e sempre use equipamento de proteção adequado. O uso de reflexivos é muito útil para torná-lo visível perante os outros usuários da via.

Adversidades do veículo
Todos que estão prestes a executar uma aventura motociclística preparam sua moto com extremo zêlo, tentando antecipar todo tipo de problemas que poderão enfrentar pelo caminho. Definitivamente é o modelo correto à seguir, mas poucos se lembram que em longas viagens existe uma série de desgastes que modificam o comportamento da moto, podendo até levar a algum tipo de incidente. Fique particularmente atento às mudanças de pavimento – sair de uma estrada de terra ou lama para uma de asfalto significa que os pneus estarão sujos do terreno anterior, precisando de tempo para obter o melhor rendimento no novo trecho. No sentido inverso, o risco maior é estar adaptado a um ritmo muito mais veloz no asfalto e ser induzido a essa velocidade por constância. O novo pavimento exige radical mudança na velocidade e ritmo – fique atento à essa armadilha.
Com o passar dos quilômetros, os freios também apresentarão mudança comportamental devido ao desgaste natural de suas peças. Estando atento ao comportamento dos freios a cada etapa do trajeto, evitará ser surpreendido por um funcionamento deficitário desse sistema.
A transmissão também deve ser observada com cuidado que merece. Uma corrente suja, empoerada ou sem a devida lubrificação pode ocasionar sérios eventos que podem ir de simples quebra à acidentes fatais. Inspecione periodicamente durante a viagem o sistema de transmissão, mesmo que ele seja cardã ou correia dentada. Deixar de conseguir transmitir a energia do motor para a roda pode significar o fim de sua viagem. Uma moto que não esteja respondendo como deveria, deve ser imediatamente inspecionada – caso o reparo não seja possível ou viável de imediato, o piloto deve proceder com extrema cautela até que possa sanar o problema.

Condições adversas do condutor
Uma longa viagem de moto pode trazer muitos aspectos negativos para o condutor – acostumar se a uma rotina é o menor deles, enquanto a ansiedade para completar um objetivo, pode facilmente ser desastrosa.
Afastar-se de seu cotidiano pode ser, à princípio, uma boa idéia para recarregar a bateria biológica e emocional, mas como nada é perfeito, também traz sua carga de problemas, que um bom piloto deve saber enfrentar.
O cansaço em viagem é um fator que quase sempre está presente em eventos catastróficos – nunca permita que haja a diminuição de suas capacidades operacionais por querer cumprir uma data ou horário. Cansaço não tem hora, e quando acontece, deve ser respeitado, pois pode acarretar um problema bem maior que um simples atraso. Fique atento às suas habilidades, e assim que identificar uma diminuição, pare para se recompor – o tempo que for necessário, não importando onde esteja.
A tensão causada pelas condições da viagem em determinado ponto, também oferece riscos à sua segurança, pois turva sua capacidade de raciocínio claro, expondo-o a decisões potencialmente perigosas. Ao se sentir incomodado em algum trecho de maneira a lhe deixar tenso, estressado, antecipe sua parada e procure relaxar. Alimente-se adequadamente e principalmente dê muita atenção a hidratação. Evite ao máximo experimentações com comidas exóticas ou muito condimentadas – o que menos precisa é uma indisposição alimentar. Somente prossiga quando conseguir novamente focar sua atenção no que está por vir logo em seguida.
Jamais utilize medicamentos, drogas ou álcool enquanto pilotar uma moto. Apesar de óbvio, a diminuição de suas capacidades, raramente é perdoada por uma moto – ela exige que seu condutor esteja sempre totalmente apto para exercer todas as funções necessárias à pilotagem, e quando não está, cobra caro o desrespeito. Esteja preparado!



Exercício de tolerância

A escolha dos companheiros de viagem vai além da amizade – pequenos detalhes podem harmonizar a convivência

Texto: Equipe Trips & Tips e Nenad Djordjevic
Fotos: Arquivo Trips&Tips

O componente social encontra-se cada vez mais presente na preparação de viagens motociclísticas. A escolha dos companheiros de viagem é tão importante quanto os cuidados com a moto e o roteiro, pois tem potencial para acabar com o prazer que se busca através do mototurismo.
Reunimos algumas dicas e cuidados para considerar na escolha das pessoas com quem dividirá experiências, bem como atitudes e gestos que tem o poder de suavizar essas relações.

Quem vai?
Ao começar a preparação de uma viagem, defina a quantidade de pessoas com quem gostaria de dividir essa experiência. Viagens curtas comportam maior número de membros, enquanto as mais longas tendem a números mais reduzidos. Considere que quanto mais longa a viagem, mais afinado e entrosado deve estar o grupo, e como bem sabemos, a convivência sempre é problemática porque não é possível atender a todos os interesses simultaneamente.
Parece óbvio, mas é preciso escolher as pessoas com quem irá dividir essa experiência baseado no grau de afinidade que se consegue obter. Exerça cuidado porque uma pessoa com interesses muito diferentes dos seus pode ser facilmente administrada durante uma viagem de algumas horas ou dias, mas pode se tornar insuportável em semanas de convivência.
Opte por pessoas que tenham os mesmos interesses que você, de preferência, que conheça muito bem para não ser surpreendido com atitudes antagônicas. A cada dia, mais e mais novos laços são estabelecidos virtualmente através da internet, merecendo cuidadosa observação. Hoje é bastante comum iniciar uma relação virtual que depois é transportada para o mundo real. Nesses casos, é importante que os membros do grupo tenham a oportunidade de se conhecerem pessoalmente antes da viagem, para se certificar de que são o que representaram ser virtualmente, e verificar como convivem em grupo.

Harmonia na estrada
Dê preferência por motociclistas com equipamentos semelhantes ao que utiliza – motos com capacidades similares se deslocam mais uniformemente e com menor impacto para seus pilotos. Isso não quer dizer que motos de categorias distintas não possam viajar juntas, mas que isso cria uma dificuldade a mais para administrar, uma vez que o ritmo tem que ser compatibilizado para atender a todos. Da mesma forma, pilotos com experiências e estilos de pilotagem semelhantes, tendem a se deslocar em maior harmonia, evitando contratempos. Se o grupo nunca viajou junto antes, é importante que as regras de conduta em estrada sejam repassadas por todos, estabelecendo inclusive uma linguagem de sinais que todos entendam.

Estabelecendo regras
Grupos maiores necessitam de mais tempo para interagir, tornando-se necessário promover várias reuniões antes da viagem, permitindo medir o grau de interação e gerenciar possíveis e prováveis conflitos. Use essas reuniões para determinar todos os parâmetros da viagem – desde rota, tempo de parada, pontos de abastecimento e alimentação, até custos, equipamentos necessários e conduta na estrada. Quanto mais detalhes conseguirem reunir, menores serão os problemas que eventualmente terão que lidar.
É importante que um membro do grupo seja eleito como coordenador, a quem caberá ter a ultima palavra sobre o andamento da viagem. A pessoa escolhida terá que ter características organizacionais, liderança e principalmente muito bom senso. Caberá a ela distribuir as diferentes tarefas tangentes à preparação da viagem, fazendo com que cada um dos elementos tenha uma tarefa pela qual seja responsável, dando lhe a sensação de maior integração ao grupo. Dessa forma evita-se a sobrecarga de apenas uma pessoa. Um dos elementos pode, por exemplo, ser apontado para levantar todas as características de autonomia das motos do grupo, e traçar a estratégia de abastecimento. Outro pode cuidar da logística que envolve a alimentação, e ainda, pode ser determinada uma pessoa para cuidar dos roteiros turísticos em diferentes pontos da viagem. Essa distribuição de tarefas já poderá indicar o grau de disposição de cada integrante, e também será possível verificar com que intensidade cada membro abraça a idéia da viagem em grupo, podendo-se fazer previsões comportamentais.

Franqueza e tolerância são fundamentais
É de vital importância que a linguagem adotada seja sempre de cordialidade e companheirismo, evitando o excesso de brincadeiras. Uma amizade muito próxima gera liberdades que em uma convivência mais estreita pode facilmente comprometer o bom andamento. É preferível adotar uma postura de interação como se fossem todos colegas recentes.  Alimente entre os integrantes a idéia de ouvir as necessidades dos outros e principalmente exercer extrema tolerância às diferenças. Todos os elementos têm que se comprometer com a união do grupo, descartando, sempre que possível, programas individuais que de alguma forma o segreguem. O compromisso deve perdurar até o termino da viagem – próxima a seu final, normalmente eleva o nível de ansiedade dos membros, podendo acarretar alguns individualismos, daí a importância do assunto ser tratado logo nas primeiras reuniões.
Uma exposição sincera e clara de suas pretensões – o que deseja obter dessa viagem – deve ser feita logo nos primeiros contatos por todos os envolvidos, não deixando margem para discussões que aleguem desconhecimento no meio da viagem. Discutam também pormenores como o que será feito se uma das motos quebrar ou alguém se acidentar. O grupo como um todo, deve decidir os procedimentos corretos para cada situação visando sempre o bem estar da maioria. Todos os indivíduos devem ser encorajados a dar ciência de suas expectativas e necessidades, para que de antemão possa se planejar a respeito ou então declinar frente a impossibilidade de atendimento. Dessa forma ninguém sairá arrependido porque as coisas tomaram um rumo inesperado.
Conflitos pessoais devem ser imediatamente tratados e esclarecidos, de forma a não contaminarem mais ninguém. Caso seja necessário, um mediador pode tomar as rédeas da situação para apaziguar os ânimos, sempre tendo como objetivo a reintegração do grupo.
A experiência nos mostrou – e continua mostrando em todas as viagens – que quanto mais sinceros são os membros referentes às suas necessidades e objetivos, mais fácil se torna sua interação e satisfação de expectativas. Aproveitem!


Alimentação e saúde

Neste mês, dicas sobre dois assuntos ligados ao bem estar pessoal do motociclista viajante

Texto: Equipe Trips & Tips e Nenad Djordjevic
Fotos: Arquivo

Alimentação fora de casa

Dificilmente encontrará na estrada aquele tempero com qual está acostumado, por isso procure locais apropriados para suas refeições durante as longas viagens. 
Restaurantes mais freqüentados, com maior fluxo de alimentos, provavelmente ofereçam mais higiene e segurança na preparação dos mesmos. Evite comer em demasia, principalmente em lugares muito quentes e se vai pilotar em seguida, pois devido à digestão, poderá ter uma sonolência incontrolável. Tenha em mente na escolha do cardápio, que alimentos não cozidos têm mais chances de estarem contaminados. Diante de pratos exóticos ou diferentes do seu habitual cardápio, não hesite em perguntar a forma de preparo – é possível encontrar comidas muito temperadas ou que tenham substâncias não toleradas pelo seu organismo. Esteja sempre atento à lactose e glúten, no caso de intolerância aos mesmos, bem como o excesso de sal ou pimenta para os hipertensos.
Tenha atenção redobrada com os frutos do mar, que podem não fazer mal aonde você esta acostumado a comer, porem em outras regiões, podem lhe causar diarréias preocupantes. Em caso de duvida, parta para os industrializados – mais vale um lanche saudável do que uma refeição imprópria. Explore nos rótulos o conteúdo dos produtos e confie nas marcas mais conhecidas para uma alimentação alternativa.
Em países vizinhos como Peru e Bolívia, a cultura local não privilegia a higiene no feitio dos alimentos, podendo ocasionar uma diarréia que por si só é indesejável, quanto mais durante uma viagem. Dentro de sua pequena farmácia, leve também um reparador de flora intestinal, além de medicação para o fígado. 
Para a hidratação, prefira as águas minerais industrializadas, bebidas esportivas ou em último caso, refrigerantes. O corpo perde uma quantidade significativa de líquidos e sais minerais através da transpiração quando em atividade prolongada. A sede já é um sinal tardio de que está desidratado – o  ideal é que a cada parada faça ingestão de pelo menos 500 ml de água ou bebida repositória, como as esportivas.
Tente conter o impulso de "experimentar a gastronomia local", deixando pra fazer isso quando estiver viajando como passageiro (ônibus, avião, trem, etc.). Ingerir algo que não conheça significa correr riscos desnecessários, ainda mais estando pilotando uma motocicleta a muitos quilômetros de casa.

Problemas de saúde

As viagens de moto, principalmente as longas, podem acarretar uma série de mal-estares por diversas razões. Evite a automedicação consultando um médico a respeito de remédios que deva incluir em sua bagagem, para seu caso específico.
Seu histórico de saúde é fundamental para definir o que levar – medicamentos de uso contínuo devem ser estocados prevenindo a falta em outras localidades. Casos passados de cólicas nos rins, pressão alta, taquicardia, gastrite ou mesmo sinusite podem complicar qualquer viagem. Para os medicamentos que exigem receita, mantenha sempre consigo a fornecida pelo seu médico, e preferencialmente leve a quantidade de remédio que irá necessitar durante o período de ausência, evitando correr o risco de não o encontrar fora de seu domicílio. Possuir a receita também legitima a posse dos remédios frente a autoridades.
Os males mais comuns estão associados à má digestão, fadiga muscular e febre. Certifique-se de incluir antitérmicos e analgésicos para combater possíveis febres por mudanças bruscas de temperatura, bem como antiácidos para aliviar os problemas da digestão. Pomadas a base de cânfora poderão lhe aliviar se for o caso de ter dores musculares.
Inclua em sua farmácia portátil também itens de primeiros socorros como esparadrapo, algodão, gaze, água oxigenada, anticéptico e curativos, para eventuais pequenos acidentes. Como passamos boa parte do tempo sentados, e ainda assim nos movimentando em cima da moto, o atrito do corpo em várias regiões pode causar todo tipo de assaduras – leve também uma boa pomada para essa finalidade.
Atualize-se sobre possíveis endemias regionais como a malária, dengue ou mais recentemente a gripe do vírus H1 N1 que se manifesta em todo o continente. Em épocas como essa, evite aglomerações, lugares fechados e lave sempre muito bem as mãos. Certifique-se de ter tomado todas as vacinas necessárias e exigidas pelo seu local de destino.
A segurança da assistência de um bom plano de saúde é fundamental – consulte as áreas de cobertura e as carências de seu plano (quando houver) ou ainda, contrate os serviços à parte, visando a cobertura dessa viagem específica.
É recomendável que confeccione um cartão com todos os seus dados médicos, como tipo sanguíneo, alergias conhecidas e telefones de contato em caso de emergência, e o porte em lugar de fácil acesso e visibilidade. Se estiver viajando com mais alguém, dê ciência de onde se encontra essa informação para poder ser assistido em caso de perda de consciência.
Considere fazer um check-up com seu dentista antes de uma viagem longa, evitando ser pego de surpresa por uma dor de dente em lugar que não ofereça infra-estrutura adequada ou profissionais de qualidade para o atendimento.
Tenha em mente que o uso de qualquer tipo de medicamento pode diminuir sua capacidade de reação e raciocínio, evitando pilotar em tal condição. Se for imprescindível, adéqüe sua pilotagem para refletir sua diminuição de capacidade, diminuindo a velocidade e aumentando as distâncias de segurança. Não permita que uma pequena incapacidade se torne uma muito maior por displicência.

DOCUMENTOS DE VIAGEM

Veja as dicas e documentos necessários para uma viagem internacional de moto pela América do Sul.
 
Foto: Felipe A. Ribeiro

A cada dia cresce o número de motociclistas brasileiros que se lançam na empreitada de conhecer melhor nosso continente. As reportagens publicadas por leitores que partilham suas emoções nessas viagens internacionais, incentivam àqueles mais tímidos a buscarem novas aventuras. Não são viagens do tipo “bate-volta” que a maioria está acostumada a fazer nos fins de semana – é preciso um planejamento detalhado.
Uma das questões mais abordadas no planejamento é a documentação necessária para se entrar em outros países, por isso trazemos para essa matéria, a experiência que acumulamos em nossas viagens.

- Passaporte: O passaporte é o documento oficial para sair do país e entrar em outro. Alguns de nossos vizinhos não o exigem: Argentina, Uruguai, Paraguai, e Venezuela fazem parte do Mercosul, como o Brasil, e para entrar nesses países basta a carteira de identidade. O Chile também não exige o passaporte, mas é recomendável que o tenha, pois nem todos os agentes nas fronteiras têm ciência de tratados feitos entre os países. Ainda pode ser obtido o passaporte do Mercosul, que acaba sendo uma bela recordação com os carimbos de entrada e saída dos países visitados.
- Carteira de identidade: Deve ter sido expedida a menos de 10 anos e a foto deve ser com a fisionomia atual.
- Visto: O visto para turismo não é necessário nos países da América do Sul, com exceção das Guianas. Informações podem ser obtidas através da polícia federal. http://www.dpf.gov.br/
- CNH: A carteira de habilitação brasileira é reconhecida pelos países membros do Mercosul, mas deve ser a atual – que possui foto. Já o Chile exige a Carteira Internacional de Habilitação, apesar de não termos tido qualquer problema usando a brasileira.
- Carteira Internacional de Habilitação pode ser obtida através de entidades como Car Club do Brasil. O custo desse documento é R$ 86,00. Maiores informações podem ser obtidas no site: http://www.carclubsite.com.br/carclub/2008/home/index.php
- Seguro Carta Verde: é um seguro internacional exigido por Argentina, Uruguai Paraguai e Chile. Ele "cobre" eventuais danos a terceiros, quando se está fora de seu país de origem. Tem validade e varia de acordo com o número de dias que se pretende ficar em outro país, assim como seu custo. Geralmente pode ser contratado nas cidades de fronteira com as corretoras credenciadas. Mais informações podem ser obtidas no site: http://www.magnaseguros.com.br/quem.htm
Outros países como Guatemala, El Salvador, Mexico, e Venezuela exigem a compra de um seguro na entrada, normalmente pago junto com os papeis de autorização de entrada da moto, na aduana da fronteira.
- Documentos do veículo: É necessário levar o documento original de porte obrigatório. Caso o veículo não lhe pertença, é necessária também uma carta com firma reconhecida em cartório do proprietário, autorizando a viagem com data e duração. Alguns países ainda podem exigir que esse documento seja traduzido e autenticado no consulado ou embaixada. O mesmo critério se aplica aos veículos alienados, devendo a financeira ou banco expedir tal documento para que possa proceder com o tramite de tradução e autenticação. Devem constar do documento os dados completos da moto como: número de chassi, motor, grupo do consórcio, nome do condutor e autorização para viagem internacional.
- Paraguai, Peru, Bolívia, Venezuela, Colômbia e Equador exigem a C. I. V., Carteira Internacional de Vacinação contra a Febre Amarela. Há relatos de que mesmo na Argentina já foi solicitado este documento. É importante ressaltar que é uma carteira diferente das emitidas pelos postos de saúde. O documento tem cor amarela e é emitido em portos, aeroportos e cidades de maior porte. Ele é específico para viagens internacionais e deve ser obtido 10 dias antes da viagem. Veja: http://www.anvisa.gov.br/

Dicas práticas
- Guarde os "documentos de fronteira" em lugar seguro – como baú com chave, e certifique-se que estejam protegidos contra umidade.
 - Leve cópia autenticada de todos os documentos em lugar diferente dos originais - entre eles, o número do cartão de crédito, telefones de contato em caso de emergência, e outros de seu interesse. Uma boa dica é scanear todos estes documentos e deixar arquivados em seu e-mail. Em caso de necessidade, basta ir a uma “lan house” e imprimir. Uma alternativa é armazenar esses dados em um “pen drive” e guardá-lo escondido na bagagem.
- Os documentos de uso mais comuns, como carteira de habilitação e documentos do veículo devem ser guardados em local de fácil acesso.
- Nas fronteiras passará por dois tipos de controles: o da imigração ("migraciones"), onde os seus documentos pessoais serão inspecionados, e o da aduana, onde se oficializará a entrada da sua moto naquele país e sua bagagem será inspecionada. 
- Caso não esteja entendendo as solicitações dos agentes aduaneiros, procure manter a calma e peça novamente as explicações. Nestas horas, humildade e boa vontade fazem diferença.
- Depois de feita a documentação, lhe fornecerão um visto temporário (geralmente 90 dias) bem como outros documentos, como por exemplo, o que o autoriza a circular com a moto por aquele país. Guarde esses documentos com muito cuidado, pois serão exigidos quando da sua saída. A perda pode acarretar multas para quem não os apresentar. 
- Certifique-se de dar saída do país que está visitando antes de adentrar outro. Em algumas fronteiras é possível passar direto, o que pode gerar uma complicação por constar ainda no país. Vencido o prazo de seu visto de entrada, pode ser considerado como imigrante ilegal, prejudicando uma nova visita.
- Na prática, pode-se fazer o câmbio nas próprias fronteiras. Antes de sair do país, informe-se das taxas cambiais para ter uma noção de valores justos de troca. Sempre tenha um pouco de reservas na moeda local assim que entrar, pois países como o Chile, por exemplo, tem pedágios pagos por motos logo após a fronteira. Fique atento ao planejamento.
- Fracione e guarde o dinheiro em espécie em diferentes lugares: no bolso, na bagagem, na moto.
- Leve um pouco de dinheiro em dólares. No caso de uma emergência, essa é uma moeda de fácil troca.
- Revise todos os procedimentos e tramites que terá que executar em outros países. Sempre obtenha informações oficiais das entidades envolvidas e tenha uma grande aventura!

Sites de Embaixadas ou Consulados:

Cai a temperatura

... e estou planejando essa viagem pro Sul. Como saio de uma região com tempo quente, mas vou em direção ao frio, queria saber que tipo de roupas devo levar e se preciso de algo especial pra moto. “
José Aparecido Caldas - GO

Assim como nosso leitor José Aparecido, outros demonstraram interesse nesse aspecto do planejamento de viagens. Esse primeiro tema levado ao nosso grupo de consultores é bastante apropriado para essa época do ano, por isso eles capricharam para lhes trazer o máximo de informações a esse respeito. Veja as dicas para o frio, intenso ou não:

Para o piloto e garupa
·        Uma boa vestimenta é fundamental. Opte por roupas desenhadas para o fim motociclístico. Podem ser de couro ou Cordura® e de preferência com múltiplas camadas. Dessa forma poderá usá-la em diferentes climas.
·        Segunda pele ou “Fleece”. Para os lugares mais frios, essas peças de roupa – confeccionadas em material que permite a transpiração, retendo o calor – são extremamente úteis e práticas. Podem ser encontradas, calças, camisas, luvas e gorros desse mesmo material.
·        Escolha luvas para motociclistas que tenham cano longo e proteção para os dedos e juntas. Algumas são também resistentes ao frio.
·        Gorro ou “Ivanhoé”. Além de ajudar a manter a cabeça e o rosto aquecidos, alguns protegem contra a água também.
·        Meias térmicas. No mercado existem diversas marcas e modelos próprios para alpinismo e caminhadas. Planeje usar um tamanho maior do calçado para poder usar dois pares, ajudando na proteção dos pés.
·        Um bom calçado. As botas de cano alto são as que oferecem a melhor proteção, mas dependendo da temperatura que irá enfrentar, pode substituir por mais leves.
·        Capa de chuva. A escolha deve ser pautada pela necessidade. Existem capas mais grossas, outras mais leves e compactas. A preferência continua para as roupas de Cordura® impermeáveis por se moldarem melhor ao corpo.
·        Capacete fechado é a melhor opção para qualquer temperatura. Escolha um modelo que ofereça além de boa ventilação, um bom isolamento, mesmo que tenha que desembolsar um pouco mais. Vale a pena.
·        Se tiver que improvisar, lembre-se que sacos plásticos de diversos tamanhos podem ser usados para cobrir diferentes partes do corpo e assim manter a caloria.

Moto
·        Bolha de proteção. Se a moto permitir, esse tipo de acessório é também muito útil na proteção contra insetos, frequentemente encontrados nas estradas.
·        Protetor de manete e guidão. Se a moto permitir, esse tipo de protetor ajuda a manter as mãos aquecidas por desviar o ar em volta da manopla. Também protege contra pequenos impactos.
·        Verifique se a bateria está em perfeito estado. Em baixas temperaturas será mais exigida nas partidas.
·        Para casos em que o frio é mais extremo, existem desde manoplas aquecidas e aquecedores para elas, até roupas aquecidas, disponíveis no mercado.
·        Sempre estacione a moto em lugar protegido. O frio intenso pode fazer com que a partida seja mais difícil. Se não for possível, cogite levar uma capa de proteção.
·        Aqueça adequadamente o motor antes de sair. Evite acelerações fortes antes da temperatura adequada.
·        Aguarde aquecimento de outros componentes como pneus e freios antes de exigí-los ao máximo.

Mais dicas
·        Não espere seu corpo perder calor para colocar seu equipamento de frio.  Aos primeiros sinais de friagem, pare e se vista adequadamente.
·        Na falta de botas impermeáveis, o uso de polainas pode resolver. Sacos plásticos nos pés, por dentro das botas e por cima das meias, também são uma excelente alternativa para manter os pés aquecidos e secos da chuva.
·        Para as mãos, uma alternativa às luvas impermeáveis é usar luvas de borracha ou plástico por baixo, para manter o isolamento.
·        As baixas temperaturas modificam a aderência do solo. Ao pilotar, certifique-se das condições de aderência e aguarde um bom aquecimento dos pneus antes de usar a moto plenamente.
·        Planeje fazer mais paradas, e com maior tempo de duração, para que possa se alongar e tomar líquidos quentes como chá, café e chocolate.
·        Leve um protetor labial; é comum os lábios ficarem ressecados devido ao frio, causando grande desconforto.